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IPO – Como preparar minha empresa para uma oferta pública de ações

  • Foto do escritor: RMadv
    RMadv
  • 22 de fev. de 2021
  • 4 min de leitura

Atualizado: 24 de set. de 2021




Expandir os negócios e estar ao lado de líderes do mercado é um grande sonho para muitas empresas. O IPO marca a estreia de uma empresa na Bolsa de Valores e é um dos eventos do mercado financeiro mais visados por empreendedores e investidores.


No texto de hoje, vamos te explicar o que é um IPO, como se preparar para ele, qual o passo a passo para realizá-lo, as vantagens e desvantagens desse processo.

 

O que é IPO? IPO corresponde à sigla em inglês para a expressão “initial public offering”, ou “oferta pública inicial”, em português. Em outras palavras, ele ocorre quando uma empresa decide abrir capital e vende parte de suas ações pela primeira vez.


Trata-se de um processo pelo qual as empresas “abrem mão” de parte de sua operação para captar acionistas, ou seja, os sócios diluem parte da empresa e a oferecem para novos investidores – que passarão a ser acionistas.

Ao realizar a abertura de capital, a empresa passará a ser regulada pela Comissão de Valores Mobiliários – CVM, que estabelecerá uma série de regras, sobretudo voltadas para o fornecimento de informações e transparência, requisitos essenciais para a tomada de decisões pelos futuros acionistas. Nesse sentido, a empresa passará a ter obrigação de tonar públicas informações como: resultados financeiros, estratégia de crescimento e ativos que detém.


O IPO poder ser tido como “primário”, quando a companhia emite ações e os recursos captados são direcionados para o próprio caixa, ou pode ser “secundário”, quando um ou mais acionistas da empresa decidem vender total ou parcialmente sua participação. Nesta segunda hipótese, os recursos captados são recebidos pelos acionistas vendedores.


Uma companhia com capital aberto poderá ter acesso a uma série de fontes alternativas de financiamento, como fundos de investimento, debêntures, e, até mesmo, novas emissões de ações.


Estar preparado para esse momento fará toda a diferença no processo. Planejar com antecedência como irá cumprir todos os requisitos é essencial para ter sucesso no lançamento de ações e evitar riscos.

 

O Processo de Abertura


O processo de abertura de capital é demorado e pode se estender por até 1 ano, com custos altíssimos que podem chegar à casa dos milhões de reais.


O primeiro passo de uma série de procedimentos burocráticos é o registro de companhia aberta junto à CVM. Ao mesmo tempo, a empresa também precisa solicitar sua listagem na B3, a bolsa brasileira, pois apenas empresas listadas podem ter seus papéis negociados.


No momento do registro junto à B3, será necessário escolher em qual “segmento de listagem” da B3 pretende ingressar. Ao todo, são cinco níveis (Nível 1, Nível 2, Novo Mercado, Bovespa Mais e Bovespa Mais Nível 2), e cada um faz exigências específicas de governança corporativa, como a quantidade e o tipo de informações que devem divulgar, a estrutura societária que podem ter, o tipo de ações que podem emitir e a quantidade de papéis que devem permanecer em circulação no mercado.


A regulamentação exige que a empresa apresente à CVM demonstrações financeiras dos últimos três exercícios sociais, preparadas em um formato específico. A boa prática do mercado exige ainda que a demonstração financeira sela elaborada por auditor externo com registro na CVM.

Também será necessário fazer uma verificação legal e documental da empresa para preparo de um formulário de referência e prospecto de oferta. Trata-se de um documento que relata a vida da empresa, incluindo estratégias de negócios, dados contábeis e financeiros.


Reuniões de apresentação da empresa e da oferta de mercado, denominadas “roadshow”, serão realizadas pelas instituições financeiras que assessoram a operação, e têm a função de despertar o interesse de grandes investidores a participar do negócio.


Uma outra etapa de grande relevância é o “bookbuilding”, trata-se do processo pelo qual uma empresa avalia, junto ao mercado financeiro, como seria a demanda por suas ações para estabelecer o preço delas. Esse procedimento permite que a empresa tenha noção da receptividade de sua oferta no mercado e fixe um preço de acordo com as expectativas.

 

Vantagens e Desvantagens


Dentre as vantagens de se realizar o IPO, podemos listar, como já mencionamos, a facilidade de captação de recursos no mercado de capitais, e, com mais recursos em caixa, a empresa poderá internacionalizar a operação, criar novos produtos, e até mesmo quitar dívidas.


Porém, como nem tudo são flores, é preciso ter ciência que esse processo também tem suas desvantagens.


O mercado de capitais opera num cenário de grande volatilidade, com preços de ações que costumam subir e descer, sobretudo nos primeiros dias de negociação. Assim, é possível que a empresa perca dinheiro se as operações não correrem como o esperado.


Outras desvantagens são o alto custo para se manter a operação de capital aberto e a falta de sigilo nos negócios, pois todas as empresas listadas na Bolsa de valores precisam repassar uma série de informação ao mercado.


Por tudo que foi exposto até aqui, percebe-se que é fundamental ter apoio operacional, técnico, financeiro e de compliance para ter segurança nesse momento. Cada mercado, além de riscos próprios, possui também um ambiente regulatório que precisa ser respeitado.

Um IPO de sucesso é fruto de um processo longo e complexo, por isso, é importante começar a se preparar o quanto antes!

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